segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Imagine que você está parado. Parado num corredor enorme e escuro. Não há pessoa alguma à quilômetros de distância. Você caminha, caminha, e depois corre, corre. E nada.
Qual seria a sua reação? Chorar, talvez. Se desesperar? Provavelmente. Você tem aquele efeito psicológico de que vai morrer. O coração acelera, o sangue corre mais rápido, e a dor continua ali. Encrustrada no seu coração. O sangue que pulsa pelo seu coração dói, pois as cicatrizes nele ainda são frescas.
Quando ele se foi, era difícil evitar a idéia de que seria como se ele nunca tivesse existido. Pelo menos a dor era uma lembrança de que ele tivera existido. É assim que eu me senti quando você se foi em Junho, lembra? Eu me senti sozinha, num corredor escuro, úmido, sem ninguém perto de mim. Eu me sentei no chão, abracei meu próprio corpo, e chorei. Chorei por dias, minhas notas caíram, minha alegria era demasiada.
Os dias, os meses foram passando. Você se tornara mais um amigo que eu conversava de tempos em tempos, e a cicatriz era esquecida algumas vezes. Respirar se tornara mais fácil, sorrir também, estudar, conversar com as pessoas reais, sair, abraçar, tudo.
Mas uma coisa me faltava, algo, entre meus dois pulmões pulsava. E pulsava sem uma razão. E eu pensei - depois de você ter me implorado de volta e eu ter te rejeitado por ter me traumatizado - , que já era hora dele ter uma razão novamente. Então eu pedi, assim, do nada. Numa madrugada bem miserável. Foram as melhores palavras que eu pude escolher naquele momento. Foram as coisas que eu sentia, e você me pediu uma noite para pensar.
E você, mais do que ninguém, sabes que sou a pessoa mais teimosa-possessiva do mundo, e não aguentei esperar nem uma hora. Discutia diversas vezes, até que, você aceitou. Não por pressão, mas porque me ama.
Sabe, Edward, eu te agradeço, por tentar voltar a ser o meu Edward de março. Mas não precisa voltar a sê-lo. Só quero que seja o de dezembro, janeiro, fevereiro... E de todos os meses da nossa pequena eternidade. Eu te amo.
Isabella M. Swan.