terça-feira, 27 de abril de 2010

Para mim




"Enquanto as vozes lhe diziam para continuar andando com as mãos no bolso, o coração lhe dizia para virar-se, voltar correndo, pular nos braços dele e dizer o quanto o amava. Mas Bella preferia ouvir a voz racional do que a ingenuidade do amor. O amor, o que ele podia saber sobre relacionamentos? Toda vez que ela dera ouvidos a voz racional, tudo dava errado. Só que ela era mais coerente, sempre mostrava os lados plausíveis de não voltar correndo pra ele após terem terminado. Falava sobre orgulho, sobre amor-próprio, sobre auto-respeito, sobre ele ser um imbecil e um completo idiota. O amor mandava a voz calar a boca e dizia a Bella que o orgulho pouco importava quando o amor prevalecia, que fazer serenatas, segurar o rádio do lado de fora da janela, dizer que ama, não era brega. Era um ato de coragem. Ela continuaria caminhando pela longa rua enquanto ele permanecia ali, parado, tentando absorver aquela imagem dela indo embora, essa seria a última vez que veria o amor da sua vida. Ele estava deixando-na ir. Se esvaindo entre os dedos. Bella parou de andar, pôs a mão direita sobre o coração, fechou os olhos e tentou lembrar porquê amava aquele idiota imbecil. Milhares de motivos do porquê eles não deveriam ficar juntos vieram a sua cabeça, mas apenas um motivo para que eles ficassem juntos apareceu: Infelizmente, as coisas que ela odiava nele, faziam-na o amar. O modo como ele costumava acordar mal-humorado, como sempre esquecia das datas importantes, como ele gostava de beijar o rosto dela enquanto ela dormia de manhã, sempre esquecer a tampa da privada aberta, esquecer de pôr comida para o gato, tudo. Tudo que a fazia se zangar com ele, era incrivelmente viciante pra ela. Apesar de tudo, apesar dele ser o cara mais irritante na maioria das vezes. Ela não podia viver sem ele, não podia viver sem o seu motivo de viver. Bella abriu os olhos, soltou um suspiro pesado, sentiu lágrimas rolarem pelas suas bochechas rosadas, virou-se para ele, abaixou a mão que estava no peito e sorriu. Ele sorriu de volta, mas sem saber o motivo. Só de ver aquela garota linda, o amor da sua vida, o motivo por ele ainda estar ali, parado, só por vê-la, seu coração parava por alguns segundos. Ela voltara correndo com os braços erguidos, pulou no seu pescoço e o abraçou com toda a força, com uma força de quem não o deixaria se soltar tão fácil. Eles se encararam nos olhos por um longo momento, até que ele pôs a mão no bolso, tirou de lá uma pequenina caixa preta, soltou-a dos seus braços, abriu a palma da mão na frente dela e equilibrou a caixinha nela:
- Era isso que eu estava juntando coragem pra falar faz.. Algum tempo. - Ele ria consigo mesmo. - Sei que não sou o cara mais perfeito do mundo, sei que sou egoísta na maioria das vezes, e que eu te magôo bastante... Mas por favor, por favor, case-se comigo?"

Muito antigo este texto... Eu li e senti saudade.


quarta-feira, 14 de abril de 2010


Na mente, um pensamento vago.
No coração, um sentimento perdido
No dedo, um "deletar".